
"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra"
Carlos Drummond de Andrade
Refletindo:
Meu, esse cara pode até ser um fodelão em outras coisas, mas na minha opinião, não foi feliz nesses trechos. É obvio que ele usa a 'pedra' e o 'caminho' metafóricamente com os respectivos sentidos: 'obstáculo' e 'vida' (Esse cara pensou pacas pra fazer isso). Porém, uma pessoa não cult como eu, demora pra entender e pensa que o cara fumou unzinho, viu uma pedra e pensou: "Puuuutz, preciso fazer um poema com isso".
Eu confesso que, por desatenção, acreditei nessa ideia... E o que mais me dava tédio ao ler era a repetição exagerada da frase. Ele não tinha mais nada pra colocar?
De dez versos, oito envolvem pedras no caminho... Aí eu fico pensando: Só porque o cara tem um nome conhecido na língua portuguesa, esse poema foi super bem visto na sociedade. Mas se o autor fosse eu, nem minha mãe me daria créditos.
Enfim, eu precisava me expressar aqui... Fiquei #PUTO e sei que um dia, quando resolver escrever uma coisa mais bonita que 'Xeiquispêr' quando estiver no banheiro, não vai ser melhor que as frases de pedras encontradas no meio do caminho de um cara que está escrevendo há mais tempo. --'
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